II Domingo do Advento

Abri a segunda folha. Via-se na gravura um homem com uma veste tecida com pêlos de camelo e uma cintura de cabedal à volta dos rins. Estava a pregar no deserto da Judeia para uma grande multidão.
Percebi tratar-se de João Baptista, o primo de Jesus de que fala S. Mateus no capítulo 3 do seu Evangelho. Sob a gravura uma legenda dizia: «ARREPENDEI-VOS». João Baptista é, em cada ano, uma das grandes figuras do Advento, pois prepara os homens para acolher Jesus. A maneira de viver de João, de costas voltadas para o «ter», questiona-nos sobre o modo como acolhemos Jesus no Natal: se tivermos o nosso coração cheio de egoísmo, de auto-suficiência e de preocupação com os bens materiais não é possível acolher Jesus. Fazer advento é corresponder com o próprio coração à voz de João Baptista que quer uma conversão séria e empenhada.
Neste Advento, como tempo de preparação e de “deserto” que é, se conseguirmos calar o ruído que nos circunda, certamente iremos descobrir em nós este desejo de conversão interior, que nos permitirá antecipar a experiência do nascimento de Jesus!


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