Homilia do XXX Domingo Comum

XXX Domingo do Tempo Comum – C

Início solene da Catequese no ano Pastoral 2010/2011

Dia Mundial das Missões

No caminho que percorre até Jerusalém, Jesus vai transmitindo aos seus discípulos, com as suas palavras e as suas atitudes, ensinamentos fundamentais para quem quer ser realmente seu fiel e feliz seguidor.

Na linha do que aprendíamos no passado fim-de-semana, neste XXX Domingo do tempo Comum, de novo aparece o tema da oração. Reflectíamos no último Evangelho dominical sobre a necessidade da oração. Aquele que quer seguir o Senhor tem de rezar. A oração é o meio que possibilita a relação com Deus. É a forma que nós os humanos temos de comunicar e dialogar com o Senhor. Mais, aquele que quer ser discípulo e seguir realmente Jesus Cristo, não pode sê-lo se a sua vida apenas tem espaço para um género de oração esporádica, que, habitualmente, é fruto de uma necessidade momentânea, e que, consequentemente, dificilmente nos une a Deus numa relação de amor íntimo, precisamente por ser esporádica, e buscadora de soluções para determinados problemas de circunstância. Só uma oração persistente, contínua (comunitária, em família, em grupo, individual) nos pode permitir entrar no coração de Deus e com Ele estabelecer uma relação de amor pessoal. O que está em causa? A felicidade, aquilo pelo que todos nós ansiamos e que só se encontra nesta vivência de intimidade com o Pai. Por isso, Jesus nos contava aquela parábola do Juiz iníquo e da pobre viúva que constantemente lhe suplicava que fosse feita justiça. Com ela, Jesus pretendeu falar-nos na importância de rezar sempre, porque Deus não é um Juiz e muito menos iníquo, mas antes que é um Pai e que sempre acabará por nos ouvir e fazer justiça, se, evidentemente as nossas súplicas forem justas e se encaminhem nessa direcção de justiça.

O tema da oração continua. Já sabemos o como é importante rezar sempre e sermos justos nos nossos pedidos. Hoje reflectimos sobre a atitude interior que devemos possuir quando nos entregamos à oração. E não apenas na oração, mas na vida.

A parábola do fariseu e do publicano está ambientada no templo de Jerusalém, lugar típico de oração e sugere já a problemática de Jesus contra o templo. Quanto a protagonistas, os fariseus eram considerados (por eles mesmos e pelo povo) como crentes fiéis e cumpridores; já os publicanos, por razões do seu ofício, eram tidos como pecadores e afastados de Deus.

Diante da oração são-nos apresentadas duas atitudes, que são, no fundo, duas formas de estar diante de Deus, radicalmente contrapostas. A do fariseu não é uma oração verdadeira e não apresenta nenhuma necessidade de Deus nem nenhuma confiança nele, pois apenas consiste numa apresentação dos próprios méritos e virtudes. É certo que não mente, mas a sua atitude é orgulhosa, petulante e prepotente. Tece uma oração de acção de graças, mas a atitude e o espírito não o é. Contrariamente, o publicano, reconhece a sua autêntica realidade pecadora e espera tudo de Deus. Não fala muito, mas reza profundamente desde o seu espírito numa atitude de súplica, reconhecendo a sua pequenez.

Há que rezar sempre. Mas com um coração humilde e sincero, a partir da autenticidade da nossa debilidade e pecado. Nada mais impeditivo para receber Deus que julgar-se justo, seguro, auto-suficiente e desprezar os outros.

Na oração como na vida, há fachadas belas que escondem autênticas ruínas. Roupagens elegantes que encobrem corações egoístas. Há sorrisos hipócritas que dissimulam más intenções. Para muitos, o que conta é a fachada, o externo, a aparência. Lamentavelmente vivemos cada vez mais num mundo de fachadas, aparências e hipocrisias. E, na própria vida de Igreja, não estamos impunes do contágio desta hipocrisia, imagem e auto-suficiência. Hoje parece que não precisamos de ninguém: até mesmo de Deus e da sua Salvação, não apenas na sociedade humana, mas inclusivamente na própria Igreja. Há muitos cristãos que o são pelo Baptismo e outros que até praticam a sua fé, que não precisam de Deus e da Salvação. Estranho? Contraditório? Por um lado sim, obviamente, porque o cristão é o seguidor de Jesus Cristo. Por outro não, porque muitos dos cristãos são-no sem saber muito bem aquilo que são, vivem a prática religiosa mas não a relação com Deus em seu Filho Jesus Cristo. Quantos estamos conscientes neste momento que Deus está aqui connosco? Quantos viemos para dialogar com Deus? Quantos conseguimos ver Jesus Cristo na Palavra Proclamada e na Hóstia Consagrada? Todos os que aqui estamos, viemos porque necessitamos de Deus, do seu Amor, da Sua Salvação, da Vida Eterna? Quantos não são os gestos, palavras e atitudes que aqui temos sem sentir! Quantas coisas fazemos mecanicamente sem sentido de serviço a Deus e à Comunidade! Quantas missões desempenhadas e palavras bonitas que nos enchem de orgulho! Quantos olhares superiores em relação aos irmãos presentes e até em relação a Deus ao não acreditarmos nem assimilarmos algumas coisas que escutamos e vemos! A condição necessária para nos deixarmos converter e libertar por Deus é que reconheçamos que O necessitamos. É ter necessidade da salvação. Entrar na órbita da acção misericordiosa de Deus a partir da nossa condição humilde de pecadores e necessitados. Deus não fica pelas aparências: Ele gosta de olhar o coração. Peçamos, nesta Eucaristia, com a força do nosso coração sincero e humilde: Senhor tem compaixão deste pobre pecador!

Mas hoje, caros irmãos e irmãs, iniciamos oficialmente o nosso ano catequético. Não queremos que seja mais uma fachada e o cultivo da imagem. É o amor por Deus que nos trás aqui. Como Comunidade dos Discípulos de Cristo sabemos que é uma missão imperiosa anunciar a Boa Nova da Salvação que nos vem do Amor de Deus. Pertencer a uma Comunidade Cristã onde, se torna visível o rosto da Igreja, é o primeiro passo fundamental, porque a Igreja é Mãe, que gera novos filhos para a Fé, para Deus, sobretudo por meio do Sacramento do Baptismo. Queridos meninos, adolescentes e jovens, no dia em que fostes Baptizados entrastes e passastes a formar parte do Corpo de Cristo, a Igreja. Por isso, este é o vosso espaço de encontro com o grande amigo Jesus. É necessário que este espaço vos seja tão familiar como a vossa casa: tendes a casa dos pais e a casa do Pai! Vinde, por isso mesmo, muitas vezes aqui dizer olá ao Pai de todos e a Jesus o grande companheiro e amigo! Tendes de dizer aos vossos pais que vos tragam, pelo menos nos Domingos, e que vos ensinem a amar o nosso Deus. E tendes de lhes lembrar que não podem descuidar-se neste campo da vossa formação, que é tão ou mais importante, que os restantes, para serdes pessoas valentes, equilibradas, felizes e alegres. Tendes de lhes pedir que rezem um pouquinho convosco todos os dias, para que a vossa família, que é tão importante, fique cada vez mais unida e forte, para terdes um espaço simpático, equilibrado e bom para crescerdes totalmente saudáveis, no corpo, nos afectos, no espírito. Tendes de lhes recordar que neste templo se reúne a Igreja, que somos todos nós: vós, os vossos pais, os vossos catequistas e toda esta gente que aqui está e a que não pode estar. Tendes de ter a certeza de que, quando estamos juntos, Deus também está. Recordai-lhes que não podeis passar um Domingo sem virdes à Eucaristia. Recordai-lhes que vos devem ajudar a conhecer e ser amigos de Jesus. Recordai-lhes que eles precisam de continuar a amar-se e a respeitar-se muito para vós vos sentirdes bem. Recordai-lhes que têm de vos trazer à catequese e acompanhar o percurso que estais a fazer de conhecimento, porque a catequese é um complemento e uma ajuda que a Igreja lhes oferece para os ajudar. Queridos pais, sede bem-vindos, e não deixeis de dar o melhor aos vossos filhos: Cristo. Continuai a cumprir a vossa missão cristã, não apenas porque o prometestes no dia em que pedistes o Baptismo para os vossos filhos, mas porque sabeis que a vida humana sem Deus é-o sem sentido, o abismo, a angústia e que a dimensão religiosa é parte integrante do ser humano. E vós, queridos catequistas, que a realização e o Amor de Deus seja o vosso grande prémio e a maior recompensa: há mais alegria em dar que em receber, diz-nos Jesus. É uma missão que a Igreja nos confia, que devemos alegremente assumir como serviço, porque devemos continuar a anunciar a Boa Nova da Salvação e do Amor de Deus em Cristo. Que os ensinamentos sejam corroborados com o exemplo das vossas vidas!

Caros irmãos e irmãs, celebremos a Eucaristia, e, neste dia das Missões, peçamos ao Pai que nos ajude a ser verdadeiros missionários, evangelizadores, no nosso meio. Rezemos por toda a Igreja, para que leve o conhecimento de Deus e a Salvação a todos os homens. Rezemos muito especialmente por aqueles que têm muitas dificuldades para falar do Evangelho e que, por este motivo, são perseguidos de muitas maneiras.

Rezemos por esta comunidade, para que Deus a transforme e a torne comunidade cada vez mais viva na fé e no amor, por meio da acção catequética nela desenvolvida, a cujos intervenientes dou as boas vindas e passo a apresentar:

1º Ano

Catequistas - João e Sofia

Catequizandos - André Sequeira, Afonso Prata, Beatriz Pinto, Eduardo Viegas, Francisco Costa, João Milhano, José Pedro Prata, Mariana Morais, Neusa Silvestre

2º Ano

Catequista - Susana

Catequizandos - Beatriz Conceição, Bernardo Bicho, Bruna Marques, Camila Campos, Clara Costa, David Alves, Duarte Nunes, Francisco Leitão, Gonçalo Charro, Guilherme Calado, João Machado, João Pereira, Juliana Braçais, Lourenço Simões, Luís Nina, Mariana Morais, Mariana Lopes, Maria Pereira, Maria Nogueira, Manuel Damasceno, Matilde Pais, Raquel Lázaro, Rodrigo Fernandes, Sofia Xistra.

3º Ano

Catequistas - Arlete e Milay

Catequizandos - Alexandra Lourenço, Ana Costa, Ana Sofia Antunes, Bárbara Mendonça, Beatriz Lopes, Beatriz Pimparel, Carlota Santarém, Daniela Fazendeiro, David Silva, Fábio Dias, Henrique Oliveira, Inês Costa, João Augusto, João Pais, João Rocha, Lara Leal, Luís Correia, Maria Leonor Ascensão, Maria do Rosário Dias, Mariana Rocha, Simão Marques.

4º Ano

Catequistas - Glória e Mercês

Catequizandos - Bárbara Saraiva, Beatriz da Cunha e Silva, Camila Dias, Carolina Sousa, Catarina Sousa, Eduardo, Guilherme Ramos, João Pais, Mafalda Seabra, Maria Alice Geraldes, Miguel Manteigueiro, Pedro Duarte.

5º Ano

Catequistas - Inês e Marta

Catequizandos - Ana Duarte, André Pimparel, Beatriz Mota, Carolina Salvado, Henrique Paraíso, João Gouveia, João Pais, Manuel Monteiro, Manuel Valério, Margarida Duarte, Ricardo Silvestre, Rodrigo Silva, Tomás Gomes.

6º Ano

Catequistas - Emília e Olga Almeida

Catequizandos - André Figueiredo, Diogo Ramos, Igor Ribeiro, Inês Leitão, Leonor Sousa, Miguel Rodrigues, Ricardo Opinião, Rui Bernardino, Simão Bichinho.

7º Ano

Catequista - Alexandrina

Catequizandos - Beatriz Silvestre, Catarina Duarte, Eduardo Pedro, Filipe Rodrigues, Francisco Dias, Francisco Santos, Inês Mangana, José Paulo Pais, Laura Taborda, Margarida Damasceno.

8º Ano

Catequistas - António Almeida e Lucília

Catequizandos - Eduardo, Francisca, Mafalda Proença, Pedro Damasceno, Pedro Nuno, Rafel Mineiro, Rubén, Vera.

9º Ano

Catequista - Lília

Catequizandos - Ana Cristina, Bernardo Faísca, Diana Taborda, Laura Matos, Madalena Gouveia, Mariana Lázaro.

10º Ano

Catequistas - Maria José e Orlanda

Catequizandos - David Duarte, Joana Ratado, José Manteigueiro, Mariana Charro, Marina Paraíso, Paulo Conceição, Vera Saraiva.

Covilhã, 24 de Outubro de 2010

P. Henrique Manuel Rodrigues dos Santos

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